JESUS, O NOSSO FIEL COMPANHEIRO NA JORNADA


“Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras” (Lucas 24. 45).

Texto bíblico: Lucas 24, a partir do versículo 13. Esse texto bíblico, segundo escreveu o evangelista Lucas, contém muitas verdades - e alerta para uma realidade ainda hoje muito comum: a falta de visão espiritual. A dificuldade de enxergar, ausência total ou parcial da visão decorre muitas vezes da falta de interesses e da letargia que pode acometer os cristãos em geral. No caso em tela, foi o desespero, a insegurança e o temor que ocasionaram essa deficiência. Note que Jesus estava presente com os dois discípulos a caminho daquela aldeia, mas eles não o reconheceram. É possível estarmos próximos de Jesus e não o reconhecermos, nem sentirmos a sua presença. As preocupações, os embaraços e muitas vezes a nossa pseudo auto-suficiência impedem, não só de vermos, mas até de acreditarmos que o Senhor está presente. Quantas vezes nas igrejas de hoje o dirigente pergunta: “Quem está sentindo a presença de Jesus?”. E nós muitas vezes não entendemos o sentido desta pergunta. Achamos até que quem faz uma pergunta desta não deve estar sentindo a presença de Jesus. Aliás, hoje tem muitas coisas que são feitas nas igrejas apenas por costume, mecanicamente, ou por pura falta de ter o que fazer, ou apenas para preencher o tempo. Mais à frente veremos que os dois discípulos estavam tristes, e na situação em que ambos se achavam, isto é perfeitamente aceitável. Afinal, Jesus tinha sido crucificado, morto, enterrado... Portanto, não estava mais com eles. Mas Deus sempre reserva surpresas agradáveis para aqueles que nele esperam! Ele enxuga sempre as nossas lágrimas. Os discípulos estavam frustrados diante do quadro que ali se apresentava. Tudo corria para um desfecho triste, desagradável e decepcionante. Os discípulos voltavam para a casa em Emaús, e iam a partir de então, retomar as suas atividades, seus negócios, suas obrigações. Era muita decepção para um dia só! No momento crucial daquela rápida viagem, aquele personagem que andava ao lado deles se aproximou mais e entrou na conversa. Mais do que isto, ele abriu literalmente a Bíblia e começou a falar fluentemente começando de Gênesis, passando pelos profetas, salmos, e por fim começou a falar do Varão, do Profeta que havia de perecer nas mãos dos homens, mas que deveria ressuscitar ao terceiro dia. Era Jesus falando de si próprio numa espécie de monólogo que era direcionado àqueles dois homens tristes e abatidos. Enquanto o Mestre falava, aconteceu algo espantoso jamais experimentado por aqueles discípulos. Um calor diferente começou a percorrer o interior de seus corpos, dos pés á cabeça, subindo e descendo; os seus corações começaram a arder como se estivessem pegando fogo literalmente. Ao mesmo tempo, os seus olhos foram abertos e imediatamente eles reconheceram a Jesus. Foi uma experiência, ao mesmo tempo maravilhosa e dolorosa. Tudo aconteceu quando eles convidaram Jesus para entrar em sua casa e pediram que Ele abençoasse o pão e o partisse. Quando Jesus estendeu as mãos, os olhos deles se abriram e eles finalmente reconheceram que era Jesus, tentaram abraçá-lo, mas Ele desapareceu. Imediatamente, deixando tudo, eles saíram rumo a Jerusalém, agora felizes e falando entre si: “Porventura, não ardia em nós o nosso coração quando pelo caminho, nos falava e quando nos abria as Escrituras?”. Assim é Jesus: Ele é a esperança na desventura. Ele nos alegra, nos consola, nos abençoa e abre os nossos olhos espirituais. Ele é o nosso fiel e bondoso companheiro em todas as jornadas da vida. Como é bom caminhar com Ele!

 (Comentário de Cícero Alvernaz, Mogi Guaçu, SP, 29-10-2009).

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